domingo, 20 de março de 2011

Uma Família Diferente, Theresa Schedel

Sinopse: "Este mais recente romance de Theresa Shedel traz-nos de novo ao convívio da família Breça de Miranda - conhecida de todos os que leram A Morte de Uma Senhora-, aos seus afectos e desafectos, às suas singularidades, às suas personagens únicas e cativantes. E é uma personagem muito em particular - o Beto, um garoto de dez anos, sobrinho-neto da tia Margarida da Quinta do Capitão, que vem pôr em alvoroço todo o universo dos Breça de Miranda, desafiando as posições e atitudes mais conservadoras dos seus, ainda incrédulos, parentes. Na verdade, naquele famigerado Verão em que tudo aconteceu, ninguém queria acreditar que o filho da Clara e do Afonso tinha desaparecido, e a frase "o Beto fugiu", repetida, entre o pânico e a perplexidade, pelos vários Breça de Miranda, iria marcar tão-somente o início de toda uma série de acontecimentos absolutamente inéditos, situados algures entre o rocambolesco e o surrealista, que viriam a abalar aquela família. Mas o grande responsável foi o Verão, e mais precisamente o mês de Agosto, verdadeira caixa de Pandora sempre pronta a libertar sabe Deus que vaga alterosa de insuspeitadas paixões e arrebatamentos… Uma Família Diferente é um romance admirável que revela um delicioso e sofisticado sentido de humor."
Gostei. É um livro com bastante sentido de humor, que nos leva a reflectir sobre a degradação que o conceito de família está a sofrer, e que se reflecte no bem-estar das crianças. Apesar de o enredo ser excessivamente inverosímil, apreciei muito o estilo de escrita da autora, que com frases irónicas e incisivas, põe a descoberto as facetas menos boas das suas personagens, quase troçando delas.

A Morte de uma Senhora, Theresa Schedel

Sinopse: "«A Morte de Uma Senhora», da mesma autora de «As Casas da Celeste», é um romance de grande qualidade, que alia à riqueza e intensidade dos quadros e das personagens retratados, o bom gosto de uma prosa extremamente elegante e requintada. É uma saga de uma família de tradições aristocráticas, dominada pela força do elemento feminino, que nos vai sendo revelada com um enorme sentido da complexidade e subtileza que envolvem a intimidade familiar, e uma sensibilidade profundamente lúcida e sagaz. Após dez longos anos de ausência, Margarida Breça de Miranda regressa ao seu país, à sua família e ao seu passado. Na Quinta do Capitão, com o seu vasto casarão branco, em plena Estremadura, Lúcia Breça de Miranda, aquela figura pequenina e frágil a quem todos chamam a Capitoa, e que sempre foi o pilar mais sólido de toda a família, aguarda a morte na grande cama de pau-santo, e salva as suas últimas energias para receber, ainda com vida, a filha há tanto esperada. O tempo, impiedoso, vai-se escoando, e há tanto para contar, revelações silenciadas, segredos guardados ao longo dos anos, expectativas, desejos, palavras inauditas que irão alterar para sempre a visão que margarida construiu do pequeno mundo dos Breça de Miranda. Uma obra notável, imbuída de sabedoria de vida, profundamente humana no sentido mais amplo da palavra."

Gostei deste livro. Apesar de não ser uma obra-prima a história é interessante e deu-me um vislumbre de um tipo de sociedade que desconhecia. É curioso "observar tão de perto" uma família que, como esta, mantém hábitos que hoje estão completamente em desuso e princípios morais anacrónicos com uma naturalidade espantosa.

A escrita é simples e fluída. O único problema é a grande multiplicidade de personagens, de que não consegui fixar os nomes, o que me baralhava um bocadinho pois muitas vezes já não sabia quem era quem, tal é a quantidade de tios, primos e sobrinhos Breças que nos são apresentados.

Meme Literário


1- Acho que não, por mais que gostasse do livro.

2- Escolhia O Crime do Padre Amaro, de Eça. Tinha de ser um livro grande e cheio de significados, prontos para serem encontrados ao longo de sucessivas leituras.

3- O Monte dos Vendavais, de Emily Brontë.

4- Convido todos os que quiserem aderir.

5- http://mira46.blogspot.com/

http://amb-books-and-books.blogspot.com/




A Aia da Rainha, Barbara Kyle

A sinopse e as primeiras páginas deram-me uma ideia completamente errada do enredo do livro. Pensei que se desenrolaria, essencialmente, em volta da “grande questão” de Henrique VIII: a Rainha Catarina de Aragão, nesta versão, auxiliada pela sua aia, Honor, a tentar impedir o Rei de anular o casamento de ambos; a procurar provas e documentos que sustentassem a sua causa enquanto os homens do rei a isolavam dos seus aliados e rebatiam os seus argumentos, desesperados com a demora do processo, que se arrastava e impedia Henrique de se casar com Ana Bolena.

No entanto, isto é apenas uma pequeníssima parte do enredo. Subitamente, a história teve uma extraordinária mudança de rumo e os caminhos de Honor afastaram-se das intrigas palacianas. Esta, com a ajuda de Thornleigh, dedicou-se a ajudar hereges a sair do país, que a Igreja perseguia e matava, colocando a sua vida e a sua posição em risco.
Os movimentos e ideias protestantes têm um grande destaque ao longo do livro, o que, na minha opinião, é uma grande mais-valia para a narrativa. Apesar de algumas situações serem um pouco previsíveis, de uma maneira geral, a autora consegue manter a emoção até ao fim. Em suma, trata-se de uma mistura de amor, acção, aventura e perseguições religiosas, bastante bem conseguida.

quinta-feira, 17 de março de 2011

A Rainha Vermelha, Philippa Gregory

Neste livro, Philippa Gregory conta-nos a vida de Margarida Beaufort, a última herdeira da casa real de Lencastre, uma criança extremamente devota, cujo sonho era servir Deus, entrando para um convento. Esta sua esperança cedo foi desfeita, quando aos doze anos a sua mãe a enviou para Gales para um casamento sem amor. Quando o seu filho Henrique Tudor, nasceu, Margarida não deixou de se considerar uma especial protegida de Deus, entendendo que a sua forma de o servir seria colocar o seu herdeiro no trono da Inglaterra, que considerava usurpado pela casa real de Iorque.

A partir daqui, acompanhamos todos os planos de Margarida para colocar o seu filho naquele que considera ser o seu devido lugar, o que, segundo a própria, é não só a sua maior vontade mas a vontade de Deus.
Não gostei muito porque, uma vez que decorre essencialmente no período retratado no primeiro livro desta série – A Rainha Branca – já conhecia o resultado das batalhas travadas e o desfecho da maioria das situações, apesar de neste livro as vermos sobre uma perspectiva diferente. Além disso, não senti a mínima empatia por Margarida. Posso dizer que foi o pior livro que li desta autora. Tendo adorado todos os outros, este foi uma grande desilusão.

terça-feira, 15 de março de 2011

Dolores Claiborne, Stephen King

Neste livro, Stephen King conta-nos a história de Dolores Claiborne, uma mulher da pequena Ilha de Little Tall, no Colorado. Todo o livro consiste no relato feito pela própria a dois agentes da polícia e à sua assistente. Nele, Dolores, suspeita de ter assassinado Vera Donovan, de que era a governanta e única companheira nos últimos anos, procura convencer os agentes de que não o fez. Começa a narrativa a confessar que, há muitos anos atrás, matou o seu marido, mas que se encontra completamente inocente da morte de Vera. A partir daqui, conta-nos a sua conturbada vida de casada com Joe St. George e descreve-nos a relação com a intratável Vera.

Apesar de alguns momentos mais empolgantes e de algumas cenas ligeiramente macabras, este não foi um livro que tenha adorado nem que me tenha prendido completamente, ao contrário dos restantes que li deste autor. Nele não estão presentes o absoluto horror e suspense de outros livros. Mesmo assim, gostei, de uma forma geral, da história em si e do cunho de perversidade e violência tão típicos de Stephen King.

sexta-feira, 11 de março de 2011

A Rainha Branca, Philippa Gregory

Neste livro, Philippa Gregory conta-nos a vida de Isabel Woodville, a primeira rainha da casa real de Iorque e uma das mais belas e polémicas rainhas da Inglaterra. Esta era uma plebeia, viúva e com dois filhos, que casou com o rei da Inglaterra, inesperadamente, após lhe pedir auxílio numa questão de disputa de propriedades. Apesar de se ter apaixonado perdidamente pelo rei (nada indica que tenha sido apenas interesse) a sua própria filha diz que a mãe “nunca se apaixonaria por alguém que não fosse rico ou importante”. De facto, ao longo de todo o livro está bem patente a enorme ambição de Isabel, mas também o seu amor pelo marido e pela família. Gostei sobretudo da relação que Isabel mantém com a sua mãe e com os seus filhos, amando-os verdadeiramente e não os considerando apenas como herdeiros e meios para atingir a grandeza.

Gostei bastante da presença da magia, dos feitiços e das pragas que Isabel lançava contra os seus inimigos, e da lenda de Melusina, a deusa da água, de que a sua família acreditava que descendia.
As conspirações e batalhas estão descritas de uma forma que as torna empolgantes e o facto de os seus resultados alterarem completamente a vida das personagens levou a que ainda as seguisse com mais interesse.
O final é totalmente aberto, o que aguça a vontade de ler o segundo volume da trilogia – A Rainha Vermelha.
Por fim, a autora incluiu no livro uma nota histórica muito útil, onde nos diz claramente o que é verdade e o que foi ficcionado.
Em suma, adorei este livro, tal como todos os outros que já li de Philippa Gregory.

sábado, 5 de março de 2011

A Luz, Stephen King

Quando Jack Torrance, a sua mulher Wendy e o filho Danny chegam ao Overlook, um hotel nas montanhas do Colorado, que no Inverno fica completamente isolado pela neve, para que Jack assuma o cargo de zelador de Inverno, apenas o pequeno Danny, portador de uma espécie de luz interior, consegue perceber estranhos fenómenos e ver coisas que a maioria das pessoas não pode ver, mas à medida que vão permanecendo no estranho local começam a acontecer coisas casa vez mais estranhas e torna-se impossível para toda a família ignorá-las.

Simplesmente adorei este livro! O autor tem uma imaginação extraordinariamente bizarra e muitas das situações são absolutamente aterradoras. As personagens estão muito bem caracterizadas psicologicamente e a forma como o autor nos “mostra” os pensamentos das personagens é muito boa.