quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A Sexta Mulher, Suzannah Dunn


Sinospse: “Inteligente e generosa, Katherine Parr, a sexta e última mulher de Henrique VIII, sobreviveu a quatro difíceis anos de casamento. Mas quando o ambicioso e atraente Thomas Seymour conquista o seu coração, poucos meses após a morte do velho e cruel rei, a sua união apressada vai determinar o destino de Kate de uma forma que ninguém esperaria.

Catherine, duquesa de Suffolk, e a melhor amiga de Kate, é a testemunha privilegiada do amor tardio da rainha viúva. Mas, apesar dos seus receios em relação ao novo marido de Kate, a pouco e pouco torna-se óbvio que também ela esconde uma história negra. E se Thomas é capaz de trair a mulher pelo poder, a fria e calculista Cathy é capaz de trair a melhor amiga por amor.

Numa época em que a mínima indiscrição podia significar prisão e, até, a morte, a nova vida de Katherine Parr decorre longe de olhares indiscretos, entre os que mais a amam - mas até que ponto esse amor a poderá proteger da mais cruel das traições?

A sexta Mulher é um romance envolvente sobre a vida de duas mulheres corajosas e arrojadas que decidem arriscar tudo por amor numa época em que o amor é um luxo a que nem a realeza se pode permitir…”


Gostei muito deste livro. A forma como é escrito e narrado é muito atractiva e o enredo é absolutamente cativante. Desta forma, conseguiu envolver-me desde as primeiras páginas, mantendo até ao fim uma pontinha de mistério.

Sendo um dos muitos livros que li sobre a época Tudor, gostei de rever personagens que conhecia de outros.

Um pormenor que me afradou imenso neste livro foi o facto de conter, no final, uma explicação da autora sobre o que é verdade e o que foi por ela inventado, o que é sempre proveitoso neste tipo de livros. Incluiu também uma entrevista á autora, que para mim foi de grande interesse.

Um dos pontos negativos deste livro é a fraca exploração do contexto histórico. As poucas referências ao contexto político do momento, ao pequeno rei, ao conselho de regência e à Reforma religiosa poderiam ter sido mais exploradas, de forma a constituírem um melhor pano de fundo à acção principal.

Um outro ponto negativo do livro é a pouca profundidade psicológica das personagens. Kate é descrita como impenetrável e pouco mais. Não consegui entender muito das suas emoções e sentimentos, excepto que estava apaixonada pelo actual marido. Fala-se nos do anterior casamento dela com Henrique VIII e do quanto este foi, naturalmente, difícil, mas não nos são mostradas as sensações que teve durante esse período, nem os seus pensamentos. Quanto a Thomas, seu marido, fiquei com a impressão de que é absolutamente ambicioso e não norteia os seus planos políticos por princípios morais. Não consegui perceber quem ele amava, se é que amava alguém, nem o que sentia pelas restantes personagens. Esta fraca profundidade aplica-se, na minha opinião, também a Cathy, de quem na sinopse do livro se diz que “é capaz de trair a melhor amiga por amor”. Tanto quanto percebi, Cathy traiu a sua melhor amiga apenas por sexo. Não consigo encontrar na sua relação com Thomas algo mais que sexo. Não sei se era essa a ideia da autora ou se isto deriva do pouco conhecimento da personalidade das personagens, mas foi essa a ideia com que fiquei.

No entanto, o livro não deixa de ser muito bom, já que o enredo é de tal maneira forte que supera estas faltas. Foi uma leitura fantástica sobre uma época que aprecio muito e tenho muita pena que não estejam publicados em português os restantes livros de Suzannah Dunn, nomeadamente sobre Ana Bolena e Maria Tudor, que eu leria certamente.

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