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Cockroft é um velho compositor inglês que apesar de, no passado, ter criado algumas canções para programas televisivos de êxito, cujos direitos de autor lhe garantem a subsistência, foi excluído da maioria dos círculos sociais e mediáticos que frequentava, após um incidente com a comunicação social. Emigrou para a Toscana, onde comprou uma agradável casa. Aí entra em franca decadência, tendo por companhia apenas Timoleon Vieta, o seu amado cão de olhos grandes ou um ou outro jovem que, ocasionalmente, aloje em sua casa, a troco de favores sexuais.
Um dia chega a sua casa um jovem que se apresenta a si próprio apenas como “O Bósnio”, que mantém á sua volta uma atmosfera de mistério e por quem Cockroft se apaixona. Este Bósnio imediatamente começa a odiar Timoleon Vieta, acabando por convencer o antigo compositor a expulsá-lo. Este, que apesar de amar o cão tem receio de ficar novamente só, resolve abandoná-lo em Roma, cidade onde considera que ele poderá subsistir bem sozinho e, quem sabe, apreciar a sua liberdade. Acontece que o cão não “pensou” da mesma maneira e determinou-se em regressar a casa, caminhando meses em direcção ao norte da Itália.
Dan Rhodes (autor inglês que desconhecia completamente) tem um estilo muito peculiar e conta uma grande história através de pequenos pedaços de texto equivalentes a contos, que não aparecem cronologicamente na obra. Desta forma, revela-nos o passado do compositor e do seu companheiro e, paralelamente, a longa caminhada de Timoleon Vieta, na qual este se cruza com diversas personagens, cuja história nos é também contada e nas quais Timoleon intervém inconscientemente.
O livro é estranho e bastante diferente das minhas leituras habituais.Foi uma experiência positiva precisamente por ser diferente, embora não para melhor. Não tendo a capacidade de me fascinar não é de forma alguma um livro maçudo ou desinteressante e, em alguns momentos, a saga de Timoleon comoveu-me.
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ResponderEliminarAcabei de ler este livro. Confesso que a leitura me incomodou. Sobretudo pelo final. Fiquei pensando se não poderia ter sido diferente. Mas, afinal, o ser humano é mesmo assim: cruel, individualista e cheio de loucuras que machucam. Fica o exemplo de afeto dado pelo cachorro. A leitura, recheada de pequenos contos, só aumentou meu amor e apreço pelos bichos :-)
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