Sinopse: "Doze horas depois de o corpo de uma jovem mulher ter sido depositado pela maré, na costa sul da Grã-Bretanha, uma criança de três anos, visivelmente traumatizada, foi encontrada a deambular sozinha pelas ruas de Poole, a vários quilómetros dali. As suspeitas da Polícia recaem num jovem actor com demasiadas incoerências nas suas declarações, um solitário obcecado por pornografia, mas também sobre alguém que em muitos casos clássicos costuma ser o culpado: o marido. Contudo este possui um álibi inatacável. Mas estaria ele realmente em Liverpool na noite em que a mulher morreu? E depois, com Walters, o óbvio nunca o é, devido à desconcertante complexidade da intriga. Considerado pela Publisher’s Weekly como um dos títulos mais notáveis de 1999, Minette Walters revela-se em O Violador ainda mais segura e subtil no aprofundamento das motivações das suas personagens, criando uma atmosfera de verdadeiro thriller psicológico." Não conhecia esta autora. Foi uma fantástica surpresa. A intriga é aliciante e bem construída e, ao longo do livro, vão aparecendo laivos de humanidade surpreendentes, que tornam as personagens e as situações profundas, genuínas e credíveis. A autora conta a estória de uma forma cativante, introduzindo algumas situações divertidas, e inclui na narrativa vários relatórios, depoimentos e pareceres dos vários envolvidos, o que a torna bastante fluída. Assim, consegui passar bastantes horas seguidas a ler sem me aborrecer com o livro. Em conclusão, é aquele policial que é muito mais que a resolução de um mistério. Recomendo vivamente!
Viver a leitura
domingo, 18 de março de 2012
sábado, 18 de fevereiro de 2012
Anjos na Neve, James Thompson
Sinopse: "O inspetor Kari Vaara é o protagonista deste romance que nos leva ao submundo violento e obscuro da Finlândia, onde a noite polar, kaamos, é a época mais lúgubre do ano. Quando uma bela imigrante somali aparece brutalmente mutilada num campo coberto de neve, com uma injúria racista gravada no ventre, Kari Vaara sabe que é crucial manter o crime em segredo, pois este seria um escândalo num país que convive mal com a sua xenofobia. Por outro lado, as exigências da investigação começam a afetar o seu próprio casamento - Kate, a atual mulher, norte-americana, adapta-se mal à cultura e ao modo de vida finlandês. E o próprio Vaara vê-se inesperadamente confrontado com o passado: as suas suspeitas sobre o assassino da jovem somali recaem no homem por quem a sua primeira mulher o trocou...".
Este livro é um excelente policial cuja acção decorre no norte da Finlândia, na Lapónia Finlandesa, durante o kaamos, isto é, durante a época de Inverno, em que é sempre noite. Como história policial, é das mais bizarras e complicadas que já li. Mantém o suspense até ao final. Sempre que achava que já sabia quem tinha cometido o crime e por que motivo acontecia alguma coisa que baralhava os dados todos. O mesmo ia acontecendo com o inspector, que viu a sua investigação dar grandes voltas e reviravoltas.
Por outro lado, o livro apresenta um olhar muito interessante sobre a sociedade e cultura da Finlândia. As descrições da geografia da região (que não são de modo algum exaustivas) são bastante apelativas. Fiquei com imensa vontade de visitá-la naquela altura do ano, e ver a Aurora Boreal e, sobretudo, os lagos gelados e a neve que reflecte a pouca luz existente e confere à paisagem tonalidades de cinzento claro - deve ser lindo!
Quanto às personagens, achei-as bastante realistas e humanas, com destaque para o inspector e para Kate. A escrita bastante fluente, os capítulos curtos, a estória contada num crescendo de suspense, tudo me levou a uma leitura compulsiva. Sem dúvida um livro a não perder e um autor a seguir.
Este livro é um excelente policial cuja acção decorre no norte da Finlândia, na Lapónia Finlandesa, durante o kaamos, isto é, durante a época de Inverno, em que é sempre noite. Como história policial, é das mais bizarras e complicadas que já li. Mantém o suspense até ao final. Sempre que achava que já sabia quem tinha cometido o crime e por que motivo acontecia alguma coisa que baralhava os dados todos. O mesmo ia acontecendo com o inspector, que viu a sua investigação dar grandes voltas e reviravoltas.
Por outro lado, o livro apresenta um olhar muito interessante sobre a sociedade e cultura da Finlândia. As descrições da geografia da região (que não são de modo algum exaustivas) são bastante apelativas. Fiquei com imensa vontade de visitá-la naquela altura do ano, e ver a Aurora Boreal e, sobretudo, os lagos gelados e a neve que reflecte a pouca luz existente e confere à paisagem tonalidades de cinzento claro - deve ser lindo!
Quanto às personagens, achei-as bastante realistas e humanas, com destaque para o inspector e para Kate. A escrita bastante fluente, os capítulos curtos, a estória contada num crescendo de suspense, tudo me levou a uma leitura compulsiva. Sem dúvida um livro a não perder e um autor a seguir.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Aurora Boreal, Åsa Larsson
Sinopse "O corpo de Viktor Strandgård, o pregador mais famoso da Suécia, jaz mutilado numa remota igreja de Kiruna, uma cidade do Norte submersa na eterna noite polar. A irmã da vítima encontrou o cadáver, e a sombra da suspeita paira sobre ela. Desesperada, pede ajuda à sua amiga de adolescência, a advogada Rebecka Martinsson, que vive em Estocolmo e regressa à sua cidade natal disposta a descobrir quem é o culpado. No decurso da investigação conta apenas com a cumplicidade de Anna-Maria Mella, uma inteligente e peculiar polícia grávida. Em Kiruna, muita gente tem algo a ocultar e a neve não tardará a tingir-se de sangue."
Mais um policial escandinavo que não é só mais um. Apesar de deixar algumas pontas soltas a história está bem construída e, sobretudo, bem narrada. A autora fez-me sentir fascinada pelas personagens e transmitiu na perfeição o espírito da comunidade onde tudo se passa. Fascinante também é o passado das personagens. A determinada altura da narrativa senti-me tão curiosa em relação ao mistério e ao autor do crime como em relação aos acontecimentos passados da vida das personagens. Estas, na sua maioria, não são aquele tipo de personagens que admiramos, mas são marcantes por serem tão revoltantes. Estou a referir-me, sobretudo, a Sanna e aos seus pais. Revoltante, igualmente, o papel da Igreja e dos seus pastores na comunidade e as suas acções. Talvez por causa destas situações (longe de serem ultrapassadas), o tom do livro seja um pouco melancólico. Contudo, acaba com uma nota de esperança, a meu ver.
Espero que o outro livro da autora resolva alguns dos assuntos deixados em aberto neste livro, ainda por cima passando-se no mesmo local, para além de ter a mesma protagonista.
Mais um policial escandinavo que não é só mais um. Apesar de deixar algumas pontas soltas a história está bem construída e, sobretudo, bem narrada. A autora fez-me sentir fascinada pelas personagens e transmitiu na perfeição o espírito da comunidade onde tudo se passa. Fascinante também é o passado das personagens. A determinada altura da narrativa senti-me tão curiosa em relação ao mistério e ao autor do crime como em relação aos acontecimentos passados da vida das personagens. Estas, na sua maioria, não são aquele tipo de personagens que admiramos, mas são marcantes por serem tão revoltantes. Estou a referir-me, sobretudo, a Sanna e aos seus pais. Revoltante, igualmente, o papel da Igreja e dos seus pastores na comunidade e as suas acções. Talvez por causa destas situações (longe de serem ultrapassadas), o tom do livro seja um pouco melancólico. Contudo, acaba com uma nota de esperança, a meu ver.
Espero que o outro livro da autora resolva alguns dos assuntos deixados em aberto neste livro, ainda por cima passando-se no mesmo local, para além de ter a mesma protagonista.
Liebster Blog
Recebi este selinho do blog da Mira. Muito obrigada!
Vou oferecê-lo aos seguintes blogs:
Quero um livro
Lydo e Opinado
Andanças Medievais
Páginas Soltas
Uma Biblioteca Aberta
Convido todos a repassá-lo a outros cinco blogs com menos de 200 seguidores.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Aquilo Que Eu Amava, Siri Hustvedt
Sinopse: "Nova Iorque, 1975. Numa galeria de arte, no Soho, Leo Hertzberg apaixona-se por um quadro, compra-o e decide procurar o seu autor, Bill Wechsler. O encontro entre eles vai dar início a uma amizade que vão manter até ao fim das suas vidas.
Pela voz de Leo, e com o universo altamente simbólico do competitivo e caprichoso meio artístico nova-iorquino como pano de fundo, é-nos desvelada uma história de paixão e tragédia que abarca vinte e cinco anos e envolve o narrador, a sua mulher, Erica, professora de Literatura, a amizade com o provocador Bill, a paixão que secretamente nutre pela musa e segunda mulher deste último, Violet, e os filhos de ambos, Matthew e Mark.
Uma intrincada constelação de ligações que permite a construção de um perturbante léxico de obsessões eróticas e insinuações de violência, à medida que a sua labiríntica história se desenrola e percorre as sinuosidades de um trajecto tão irremediável quanto humano. Ao juntar as vulgares tormentas da vida familiar, as sensibilidades acentuadas dos artistas e uma criminalidade grotesca e surpreendente, Siri Hustvedt leva a cabo uma reflexão sobre o lado negro dos laços familiares, da criatividade e do pesado fardo do amor."
É uma estória bastante densa e muito dura também, cheia de reflexões sobre a arte, a educação, os afectos, as subculturas, os distúrbios alimentares e de carácter, e sobre a vida em geral. As referências a estes temas, por vezes bastante longas, são muito interessantes e estão bem enquadradas, não tornando o livro maçudo. As personagens e as cenas são descritas de tal forma que consegui visualizá-las quase como se estivessem à minha frente. Da mesma forma, as personagens transmitiram-me os seus pensamentos e sentimentos na perfeição, em toda a sua complexidade. Este não é um livro leve nem divertido, mas a sua leitura foi bastante enriquecedora.
Pela voz de Leo, e com o universo altamente simbólico do competitivo e caprichoso meio artístico nova-iorquino como pano de fundo, é-nos desvelada uma história de paixão e tragédia que abarca vinte e cinco anos e envolve o narrador, a sua mulher, Erica, professora de Literatura, a amizade com o provocador Bill, a paixão que secretamente nutre pela musa e segunda mulher deste último, Violet, e os filhos de ambos, Matthew e Mark.
Uma intrincada constelação de ligações que permite a construção de um perturbante léxico de obsessões eróticas e insinuações de violência, à medida que a sua labiríntica história se desenrola e percorre as sinuosidades de um trajecto tão irremediável quanto humano. Ao juntar as vulgares tormentas da vida familiar, as sensibilidades acentuadas dos artistas e uma criminalidade grotesca e surpreendente, Siri Hustvedt leva a cabo uma reflexão sobre o lado negro dos laços familiares, da criatividade e do pesado fardo do amor."
É uma estória bastante densa e muito dura também, cheia de reflexões sobre a arte, a educação, os afectos, as subculturas, os distúrbios alimentares e de carácter, e sobre a vida em geral. As referências a estes temas, por vezes bastante longas, são muito interessantes e estão bem enquadradas, não tornando o livro maçudo. As personagens e as cenas são descritas de tal forma que consegui visualizá-las quase como se estivessem à minha frente. Da mesma forma, as personagens transmitiram-me os seus pensamentos e sentimentos na perfeição, em toda a sua complexidade. Este não é um livro leve nem divertido, mas a sua leitura foi bastante enriquecedora.
sábado, 28 de janeiro de 2012
Pantaleão e as Visitadoras, Mario Vargas Llosa
Sinopse: "Baseado em factos verídicos, Pantaleão e as Visitadoras é um romance engenhoso, divertido e sarcástico que põe em evidência a outra face de um sistema a partir das suas próprias raízes, deixando entrever o funcionamento ambivalente de uma instituição.
Publicada em 1973 e adaptada ao cinema, Pantaleão e as Visitadoras é uma das obras mais populares e divertidas de Mario Vargas Llosa.
Pantaleão Pantoja, um oficial do exército com uma folha de serviços irrepreensível, enfrenta a missão mais arriscada da sua vida: organizar, dentro do mais absoluto sigilo militar, um serviço de prostitutas para aplacar as necessidades das Forças Armadas do Peru isoladas na selva amazónica.
Rigoroso cumpridor do dever, Pantoja muda-se para Iquitos para levar a cabo esta missão, mantendo-se afastado dos demais militares, vestindo à civil e, sobretudo, sem nada revelar à mãe e à mulher. No entanto, em pouco tempo, o que era uma missão discreta transforma-se no maior empreendimento de prostitutas do país, virando do avesso a vida de Iquitos e do próprio Pantaleão, que, como se não bastassem os problemas familiares, se verá envolvido com uma bela e insinuante «visitadora», acabando por pôr em perigo a sua tarefa."
É o meu primeiro contacto com este autor e tenho a dizer que achei o livro genial.
Tendo o senhor recebido um Prémio Nobel da Literatura estava à espera de um grande livro e não me desiludi. Vargas Llosa pega em temas a meu ver revoltantes e bárbaros (o tráfico sexual e o fanatismo religioso) e consegue, através da sua exploração, criar situações completamente irónicas e hilariantes, sem deixar de chocar (pelo menos a mim) pela brutalidade da verdade e denunciar todo um modelo social hipócrita e corrupto.
Gostei muito da escrita, apesar de no início estranhar bastante, e do tom sarcástico da narrativa. Em certas partes, dei umas boas gargalhadas.
O meu comentário não fará jus ao valor do livro, mas quero mesmo recomendá-lo.
Publicada em 1973 e adaptada ao cinema, Pantaleão e as Visitadoras é uma das obras mais populares e divertidas de Mario Vargas Llosa.
Pantaleão Pantoja, um oficial do exército com uma folha de serviços irrepreensível, enfrenta a missão mais arriscada da sua vida: organizar, dentro do mais absoluto sigilo militar, um serviço de prostitutas para aplacar as necessidades das Forças Armadas do Peru isoladas na selva amazónica.
Rigoroso cumpridor do dever, Pantoja muda-se para Iquitos para levar a cabo esta missão, mantendo-se afastado dos demais militares, vestindo à civil e, sobretudo, sem nada revelar à mãe e à mulher. No entanto, em pouco tempo, o que era uma missão discreta transforma-se no maior empreendimento de prostitutas do país, virando do avesso a vida de Iquitos e do próprio Pantaleão, que, como se não bastassem os problemas familiares, se verá envolvido com uma bela e insinuante «visitadora», acabando por pôr em perigo a sua tarefa."
É o meu primeiro contacto com este autor e tenho a dizer que achei o livro genial.
Tendo o senhor recebido um Prémio Nobel da Literatura estava à espera de um grande livro e não me desiludi. Vargas Llosa pega em temas a meu ver revoltantes e bárbaros (o tráfico sexual e o fanatismo religioso) e consegue, através da sua exploração, criar situações completamente irónicas e hilariantes, sem deixar de chocar (pelo menos a mim) pela brutalidade da verdade e denunciar todo um modelo social hipócrita e corrupto.
Gostei muito da escrita, apesar de no início estranhar bastante, e do tom sarcástico da narrativa. Em certas partes, dei umas boas gargalhadas.
O meu comentário não fará jus ao valor do livro, mas quero mesmo recomendá-lo.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
A Caixa em Forma de Coração, Joe Hill
Judas Coyne, um cantor de death metal de meia-idade, que ainda mantém uma grande legião de fãs apesar de já não estar nos seus tempos áureos, é fascinado por objectos macabros, possuindo uma vasta colecção deles, que inclui desde uma corda usada num enforcamento até um livro de receitas para canibais. Quando encontra na internet um leilão insólito, em que uma mulher pretende vender o fantasma do padrasto, não resiste a adquiri-lo. A partir do momento em que recebe em sua casa a caixa em forma de coração que contém o fato do homem morto, que se presume que o fantasma acompanhará, nunca mais nada será o mesmo para Judas e para a sua namorada Marybeth.
Este livro foi uma agradável surpresa. Uns dos seus pontos fortes são as personagens, pelas quais senti verdadeira empatia. A acção começa desde muito cedo, o que para mim foi muito bom, pois não existiram aqueles primeiros momentos em que tive de forçar a leitura até acontecer alguma coisa e a história começar. A escrita do autor é muito agradável e algumas cenas são muito intensas e marcantes, não existindo, de todo, momentos aborrecidos, o que é raro num livro.
No entanto, muitos dos acontecimentos são previsíveis e forçados. Apesar de inicialmente prometer imenso, depois tudo se resolve de uma forma muito simplista e previsível. Além disso, como livro de terror que é, deveria ter tido a capacidade de me assustar e não teve. Gostei do livro, proporcionou-me alguns bons momentos de leitura, sem ser nada de extraordinário – em cinco estrelas, dou-lhe quatro.
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